TRÁFICO E TRAFICANTES. UM CONVITE À REFLEXÃO
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No “post” anterior, no qual aludi à ousadia dos traficantes em tentar acuar as autoridades e infundir pânico na população, disse que me recusei, num primeiro momento (preocupava-me que houvesse um banho de sangue), a comentar os acontecimentos, como alguns veículos me pediam. Preferi, no blog, chamar a atenção para um ponto que, apesar da grande visibilidade, parecia invisível: a firme resposta da Polícia Militar e o denodo dos policiais-militares. Era preciso mostrar que esses profissionais arriscam a vida em defesa da sociedade o tempo todo, sem receber dela o justo reconhecimento. De pronto, lá estava a PM. Logo acudiram as demais forças: Polícia Civil, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Forças Armadas, num esforço concertado jamais visto no Rio de Janeiro (e quiçá no Brasil). Injusto, portanto, enaltecer só a PM e os PMs. Via-se no semblante de todos os policiais e militares envolvidos nas operações a determinação cívica de acabar com a arrogância dos traficantes. E o destemor. Penso que não há um brasileiro sequer (exceto os bandidos…) que não esteja orgulhoso das forças de segurança e feliz com as perspectivas de paz que se abrem. Parece que, finalmente, se encontrou o caminho, do qual o Estado, nas diferentes esferas e nos diferentes poderes, não pode se afastar.
Sobre os acontecimentos, as análises estão na TV, no rádio, nos jornais e nas conversas do dia-a-dia, sob diferentes ângulos. Afinal de contas, a violência afeta todas as pessoas, das mais humildes às mais abastadas. Paira no ar uma sensação de alívio. De minha parte, também esperançoso, quero convidar os que se interessam pelo tema da violência urbana a que reflitam, não sobre causas remotas, mas sobre o que estaria na raiz do problema que nos aflige.